quinta-feira, 1 de março de 2012

Nutricionistas!

     
    Já perceberam como tem nutricionistas em nosso país?      
Diariamente, em quase todos o canais de televisão, uma especialista da nutrição, esclarece o público com as mais variadas sugestões, sobre o que devemos ou não consumir.


    Graças a essas insistentes aparições, somos obrigados a aprender uma nova "linguagem nutrimental"- novos vocábulos- como: licopeno, ômega3, flavonoides,gordura trans, ácido fólico, proteínas, carboidratos e muitos outros...




    Como diz um velho ditado: "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", resolvi consultar uma nutricionista.  Preciso saber se estou com falta de alguns nutrientes; se não estou desnutrido, ingerindo poucas fibras,  ou seja: carente de uma alimentação balanceada, indicada à minha idade!


    Será que nossos avós e nossos pais - que viveram saudáveis até os 90 anos - alimentavam-se corretamente?



    Vejamos:  Eu e meus seis irmãos fomos criados num belo sítio de sete alqueires. Lá eram produzidos  quase todos os nutrientes disponíveis para nosso sadio desenvolvimento: leite ao pé da vaca,  gordura de porco,  todas as verduras e legumes,  açúcar de rapadura, pães caseiros,  arroz, feijão, café, milho, mandioca e derivados... Abacaxi, goiaba, abacate, banana e jataí. Sem contar as que trocávamos com nossos  vizinhos: fruta do conde, mexerica, manga, jabuticaba, mamão, figo, amora... Aves e ovos em abundância!  Todos os alimentos eram cozidos em panelas de ferro,  sobre um fogão a lenha!




     Jamais se utilizava de  adubos ou agrotóxicos na produção de: arroz, café, cana de açúcar, feijão... Nas hortaliças, só esterco bovino!


    O arroz e o café eram descascados no pilão, onde  o milho era transformado em "quirera", para alimentar as aves jovens!
Plantação de arroz.


    Quando nossa mãe torrava o café, o cheiro delicioso se espalhava!  Sabíamos de longe, quando o pão estava assado,   ou o bolo saía do forno!
    
    Hoje, fecho os olhos e com saudade relembro o chão da cozinha - de piso "vermelhão" da cor do fogão - e acima dele, os varais de:  linguiça, pernil e costelas de porco a defumar!  Outros pedaços de carne eram previamente cozidos e conservados na gordura dentro de latas bem fechadas.  O feijão, frequentemente,  era enriquecido com pedaços de abóbora, torresmos...




    O leite produzido por duas vacas era suficiente ao  consumo diário e ainda sobrava para fazer: queijo, manteiga e coalhada! 


    Para gerar todos esses alimentos para a família,  cuidar com carinho da terra e dos animais,  incrivelmente, contávamos somente com meu pai e minha mãe!  Na época da colheita do arroz e café, os vizinhos ajudavam-se mutuamente. Pequenas tarefas eram confiadas aos filhos desde cedo!
Horta orgânica - hábito antigo!


    A imagem que trago na memória, é de pessoas coradas, alegres, festivas,  
diferente da palidez das nutricionistas televisivas, que sem o menor conhecimento de como são produzidas  as hortaliças, legumes e frutas, tentam nos ensinar o que há muito tempo já sabíamos!  

     As imagens publicadas nesta  postagem foram obtidas Aqui.

    "Não vivemos para comer, mas comemos para viver". Sócrates.


    "Trabalhou para viver; depois, para viver, porque o coração necessita de alimento, amou". Victor Hugo.

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