domingo, 4 de maio de 2014

Mãe!



   


    De repente, me vi bem perto daquele rosto meigo e angelical ,  meio destorcido como se estivesse atrás de uma vidraça embaçada pelo hálito frio do inverno, tão próximo estava, que a vista deformava o sorriso imaculado que me acalmava!



    O cheiro do leite facultava  crédito de contatos antecedentes!  A temperatura do corpo externo na luz, equivalia ao das trevas no interior da matriz, onde eu fora forjado lentamente desde o embrião - quase vida!
                                       
    Mãe,  Divina Criatura!

    Cedeste o seu corpo, doaste seu sangue, nutrientes entornaste como se eu "parasita" fosse, por longos meses, para no final, constituído, me  desaguar sob lágrimas doloridas vertidas de júbilo e fadiga extinta!

    E segui pela vida, continuamente esteada pela presença tangível ou afastada, mas protegida sempre pela sua imagem inesquecível de tranquilidade e vigor!

 
    E como nada é para sempre, um dia você partiu!

    Já faz quatro anos que a fatalidade a que estão sujeitas todas as pessoas e coisas do mundo se cumpriu!

     Aprender a aceitar a perda é tarefa que demanda um esforço excessivo, portanto, impraticável!

     A vocês, que tiveram ou ainda têm suas queridas mães como acabei de descrever, dedico esta postagem acompanhada de um forte abraço!

     A vocês, que tiveram ou ainda têm mães como a de John Lennon, dedico este vídeo com meus lamentáveis cumprimentos!





FELIZ DIA DAS MÃES!
Para Sempre
"Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. 
Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça é eternidade.
Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho". Carlos Drummond de Andrade.

4 comentários:

  1. Oi, Vitorio!
    Saio daqui emocionada. As nossas mães partiram no mesmo ano e posso imaginar como se sente. Sua mãe foi uma linda mulher! Eu fui na outra postagem e guardei a frase: "Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães". Pensei: E agora que ela não está aqui, como Deus faz? A resposta veio pelos versos de Carlos Drummond.
    Beijus,

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  2. Oi Luma!
    De fato a emoção é inevitável, desde o momento que eu comecei a digitar minha homenagem para o Dia das Mães. Mas fiz, depois que eu li a sua, carregada de profundo sentimento! Minha mãe nos deixou aos 91 aos de idade e ainda assim, o vazio é grande demais para não tornar esses dias muito tristes. Você captou perfeitamente a intenção da mensagem. Beijos!

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  3. Oi, meu querido Cunhado:
    É quase palpável a emoção que vc transmite nas linhas desta postagem! D Carmen viverá sempre, sim, seu vulto de mulher linda,forte, guerreira permanecerá... envolto em saudade eterna...bj

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  4. Obrigado, cunhada querida! As mães são sempre eternas! Bj.

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Seu comentário é o que torna especial esta postagem. Enriquece extraordinariamente o conteúdo!
Lembrando Saint Éxupery:"Aqueles que passam por nós, não vão sós. Não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós".
Obrigado pela visita!
Abraços!

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